terça-feira, 8 de novembro de 2016

Não saiu no Jornal Nacional, então não aconteceu...

Dia 16/03/2016, Moro vaza áudio de uma conversa entre Lula e Dilma. A Globo dedica um JN (Jornal Nacional) com duração ampliada para reproduzir o conteúdo das conversas.

Na ocasião, Lula nem sequer era réu. Todas as acusações estavam ancoradas em delações.

A divulgação causou alvoroço, panelas, apitos, buzinas. "Vagabunda", "Ladrão" podia-se ouvir das varandas.

Pessoas indignadas, com suas camisas da CBF, sairam no meio da noite para protestar. Choveram comentários raivosos nas redes sociais. Faltou pouco para que invadissem o palácio do planalto. No dia seguinte, muitos vestiram-se de preto.

Serra e Reynaldo Azevedo da Veja
Em qualquer país do mundo, se um juiz vazar um grampo, legal ou não, envolvendo a presidência da república, ele seria considerado inimigo de estado. No melhor dos casos, estaria preso.

Imaginem se fosse um áudio do General Costa e Silva (aquele do AI-5).

Pois é.  Há duas semanas, a Folha de SP colocou em sua capa a notícia de uma delação sobre um valor de R$ 23 Milhões envolvendo o atual chanceler, o ministro Serra.

Serra e Mirian Leitão da Globo
Assim como no caso envolvendo Lula, trata-se apenas de uma delação. O ministro não é réu.

Apesar do valor ser dezenas de vezes maior do que o triplex "do Lula" e ainda envolver uma conta na Suiça, a notícia nem sequer foi citada no JN. A própria Folha, no mesmo dia já havia tirado de sua página inicial na internet.

Como não apareceu no JN, não foram ouvidas buzinas nem panelas, ninguém ficou indignado e as "patrióticas" camisas permaneceram nos armários.

Os movimentos "contra corrupção", que todos os dias fazem campanha pedindo pela prisão do Lula, calaram-se. Somente um deles preparou um único banner. Ninguém falou em propina, muito menos em prisão. No dia seguinte era assunto encerrado.

Os esquemas envolvendo pessoas do atual governo já eram conhecidos antes mesmo do processo de impeachment, mesmo assim derrubaram a presidentA. Nenhum dos "paladinos da justiça" fez oposição.

As tais delações envolvem praticamente todo o primeiro escalão de Temer, incluindo ele próprio. Porém, a "grande" mídia está mais preocupada em divulgar a lista de compras da Dilma no supermercado.


Não precisava falar nada. As imagens aqui apresentadas falam por si só. A partir da derrota de Aécio em 2014, uma intensa campanha que difama um partido e promove outro ganhou força.

Já falei sobre isso em outros textos. Eles usam o espaço público para fazer propaganda política disfarçada de jornalismo.

Como disse Leandro Karnal: "felizes são aqueles que acreditam que todos os problemas são culpa de um único partido".

Para os "felizes", não foi golpe e não existe estado de exceção, essas coisas são apenas delírios "esquerdistas" que só podem ser explicados como o resultado do "doutrinamento Marxista" recebido nas escolas.

Afinal, o Jornal Nacional vem dizendo que o Brasil está voltando aos trilhos e, graças ao Moro, a corrupção está sendo varrida para sempre.

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