terça-feira, 2 de maio de 2017

Os "sem indústria"

Então, um governo tampão, rejeitado por mais de 90%, decide realizar profundas e polêmicas reformas na previdência e na CLT.

Mais de 70% entendem que as tais reformas trarão prejuízo para os trabalhadores.

Entretanto, quando voce resolve fazer greve, te chamam de vagabundo.


Intimidação
Ouvi alguns reclamando sobre a intimidação promovida pelos sindicatos. Não ouvi ninguém reclamar da intimidação promovida pelos patrões que ameaçam demitir os que aderirem a greve.

As pessoas foram adestradas para acreditar que o patrão é bonzinho porque dá emprego.

Simplesmente esquecem que todos os direitos, hoje vigentes, foram conseguidos a partir de greves.
Na França, queimar carro
da polícia é protesto.
No Brasil, queimar pneu
é ato terrorista.

Terrorista x Grevista
Terrorismo, no meu ponto de vista, é um país invadir outro sob o falso pretexto de que este possui armas de destruição em massa.

Definitivamente, uma greve não é um ato terrorista. No dia 28/04, nenhum policial saiu ferido nos "confrontos", nenhum trabalhador foi atacado por não ter aderido.

Por outro lado, um estudante quase foi morto com um golpe de cacetete na cabeça desferido por um capitão da PM. Em várias capitais, bombas de gás foram lançadas contra os trabalhadores.

No Rio, chegaram a jogar bombas no palco onde os líderes discursavam.

Em São José dos Campos, um "cidadão de bem" atropelou alguns grevistas, que faziam piquete, ferindo-os gravemente.


PM protege prédio da FIESP na
Av. Paulista. Dinheiro público
a serviço do patrimônio privado.
Sem indústria x Sem teto
Por ignorância ou por má fé, alguns alegaram que o protesto deveria ser feito no domingo.

Eles se referiam aqueles "protestos" onde se tomava champagne e faziam selfie com a PM. Supostamente eram contra a corrupção.

No entanto, o governo caiu e foi substituído por outro que, comprovadamente, pratica atos de corrução mais graves do que os atos do qual o governo anterior era acusado.

Apesar disso, aqueles "protestos" acabaram.

Os que chamam sindicalista de vagabundo, sentem orgulho de defender os interesses da FIESP e da FEBRABAN, que são sindicatos patronais.

Devem achar que as reformas propostas por eles são para melhorar a vida do trabalhador.

E não acaba aqui. Já está em circulação no congresso um projeto da bancada ruralista que prevê que o trabalhador possa ser pago com comida ou com moradia.

É a volta da escravidão.