quinta-feira, 2 de março de 2017

Hollywood e a nossa Privacidade


PirateBay, o mais famoso serviço
de compartilhamento de arquivos
Para maximizar seus lucros, empresas geradoras de conteúdo, como é o caso dos estúdios de Hollywood, mantém um verdadeiro exército de marqueteiros e lobistas fazendo propaganda e leis que violam nossos direitos.

Marqueteiros 

Elaboram campanhas "anti-pirataria", disseminando a idéia de que ao copiar um CD ou compartilhar um arquivo, se comete um crime.

O uso do termo pirata (pessoa que, mediante violencia, enriquece às custas de outrem) para descrever a atividade de vender cópias de CDs é, no mínimo, leviano por ser absolutamente falso. Pois:

A caveira da bandeira pirata
trás a idéia de violência e morte.
Dessa forma, manipula o
inconsciente das pessoas em
relação ao comerciante de rua
1) O comerciante de rua (vulgo camelô) não se utiliza de meios violentos, nem para adquirir os produtos, nem para vendê-los.

2) Não causa prejuízo para o proprietário, pois nada lhe é subtraído. Dizer que 1 CD "pirata" implica em uma venda perdida, por consequência gera perdas na arrecadação de impostos, também é falso na medida em que a diferença de preço entre a cópia e o original, frequentemente, é superior a 10 vezes. Portanto, quem compra a cópia dificilmente compraria o original.

 

Lobistas

Trabalham junto aos poderes da república. Sua função é pressionar políticos para aprovar leis que beneficiem seus negócios, quase sempre em detrimento das nossas liberdades.

Operações de combate a "pirataria"
movimentam recursos públicos para
reprimir somente um dos lados,
o comerciante informal.
Nunca os consumidores desses
produtos, que nesse contexto
poderiam ser chamados de
interceptadores, são punidos.
Além disso, também pressionam autoridades do executivo e judiciário para que estes tomem ações de repressão e punição ao que eles chamam de "pirataria".

O mais absurdo, é o governo do Brasil, a partir de suas instituições, fazer uso de seus caríssimos
recursos: policiais, promotores e juízes para trabalhar em favor dos interesses de um pequeno grupo, que na maioria das vezes, nem é composto por brasileiros.

Imaginem um lobista brasileiro pressionando um senador dos EUA para aprovar uma lei que vai reprimir os cidadãos daquele país em favor de uma empresa brasileira.


O que querem eles

Comerciantes de São Paulo
protestam contra as ações
violentas da guarda municipal
no combate a "pirataria"
As leis sobre direitos autorais dizem que é proibida a venda, exibição pública ou distribuição (mesmo que não comercial) sem a devida autorização / pagamento dos direitos. Até aqui, parece justo.

Entretanto, a internet trouxe uma outra realidade. Não existe forma de impedir a distribuição sem interferir no direito a privacidade. O que os caras de Hollywood querem é: monitorar as pessoas sob o pretexto de fiscalizar eventuais violações de seus direitos autorais.



O partido pirata da Islândia
conta com uma bancada que já
representa 14% do parlamento

Empresas devem se adaptar aos direitos das pessoas, não o contrário. Se a distribuição de conteúdo causa prejuízo, eles que se virem para encontrar outra forma de negócio. É INACEITÁVEL que recursos públicos sejam utilizados, bem como nossos direitos sejam violados para que um pequeno grupo possa maximizar seus lucros.




Tem mais: PIPA e SOPA

PopcornTime - Feito
com prazer por um
bando de hackers
ao redor do mundo.
São iniciativas da MPAA (Motion Picture Association of America) que, entre outras coisas, dariam permissão para que o governo americano pudesse tirar do ar qualquer site, portal ou blog ao redor do mundo caso fosse entendido que algum conteúdo de um de seus associados estivesse sendo utilizado indevidamente.

Eles enfrentaram forte resistência do Google (dono do Youtube), pois, uma vez aprovadas essas medidas, o portal poderia ser tirado do ar caso apenas 1 entre dezenas de milhões de vídeos hospedados estivesse, no entendimento deles, violando direitos autorais.

A resistência

1) Cyber ativistas;
2) O partido pirata;
3) Portais torrent: compartilhamento de arquivos (Ex. PirateBay);
4) Popcorntime (Projeto Butter): construído a partir do protocolo torrent, o software Livre PopcornTime possui interface semelhante ao Netflix, está integrado aos portais de compartilhamento de arquivos (ex. PirateBay), aos portais de legendas (subtitles) e consequentemente oferece uma plataforma de filmes com mais títulos que os seus "concorrentes" pagos;
5) China e Rússia: tem suas próprias leis sobre direitos autorais e não utilizam seus recursos para proteger interesses de empresas que não sejam as suas.

Espionagem e Soberania

Após a derrubada da presidenta Dilma, o governo Temer suspendeu uma série de iniciativas que previlegiava o desenvolvimento de software local e o uso de software Livre. Ao mesmo tempo firmou uma "parceria" com a estadunidense Microsoft para que eles dessem "suporte" nas atividades de monitoramento e combate a ataques cibernéticos.

É uma triste realidade constatar que quem vai cuidar da nossa segurança é uma empresa americana.

Conclusão

São muitas ameaças, é preciso vigiar nossos governantes. Mas, o mais importante é o brasileiro entender que temos que ser soberanos.

Nenhum comentário :